terça-feira, 28 de junho de 2011

.:resultado do Beta HCG [parte 2]:.




Antes de ir pra minha casa, passei na casa da Laurisleik. Ela havia acabado de se mudar: recém-casada, vida nova... Pedi que ela fosse até a médica comigo à noite, a fim de amenizar um pouco a situação delicada pela qual eu iria passar... Eu, sinceramente, não imaginava o desfecho, não podia prever como minha mãe agiria... Só me restava esperar com o mundo girando rápido ao meu redor e nenhum chão de concreto onde pisar...

Cheguei ao consultório com minha mãe e Laurisleik. Logo a Dra. nos atendeu. Entrei sozinha, como ela pediu. Minha mãe com o juízo em frêmitos na sala de espera... A esta altura ela já desconfiava da possibilidade que estava por se confirmar! Minha PEDIATRA me disse: "É, Milena, você está mesmo grávida.". Senti um calafrio percorrer a espinha.

Mas nem mesmo por um segundo, por um instante sequer eu pensei em abortar. Defendo que a mulher tenha jurisdição sobre seu corpo, mas em absoluto eu poderia conviver com algo assim.

E então foi a vez da minha mãe entrar no consultório. Sentadas lá, nós duas, ouvimos quando a médica pronunciou o "diagnóstico". Eu já pela segunda vez... Minha mãe ficou meio muda durante segundos que pareceram horas... Daí ela acordou do transe e perguntou: "Por que você não me contou?". E eu, sem graça como nunca fiquei em toda a minha vida, disse: "Porque eu tive medo da sua reação!". Mas ela arrematou: "Eu fui mãe solteira e não tive o apoio dos meus pais, você acha mesmo que eu ia fazer a mesma coisa com você?". Eu até fiquei muda. Sempre soube do enorme coração da minha mãe, da sua coragem, determinação, fé e força... Mas ela realmente me surpreendeu. Não gritou, não chorou, não xingou... Ela só ficou lá, olhando pra mim e talvez (não sei) pensando que a filha dela não era mais uma menina... É, mãe... mas eu já não era mais uma menina fazia tempo... apesar da pouco idade!

A segunda pergunta da minha mãe foi: "Quem é o pai?" Daí eu respondi: "O Paulo Roberto, mãe. Aquele garoto que eu fiquei um tempo atrás...". E dei as coordenadas todas necessárias para que ela se lembrasse do pai do meu filho. Isso mesmo: PAI DO MEU FILHO (OU FILHA). Mas ela não lembrou...

Ela foi sozinha para casa. Fui jantar sanduíche com minha amiga. Depois, para casa. Ainda com medo de uma reação agressiva retardatária por parte da minha mãe... Mas nada! Foi tudo tranquilo na minha volta. Eu me sentia em casa. E estava.


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